As leis sobre denúncias de irregularidades desempenham um papel crucial na promoção da transparência e da responsabilização nas organizações. Compreender os aspectos legais que envolvem a denúncia de irregularidades é essencial para que as empresas garantam a conformidade e protejam os funcionários que denunciam irregularidades.
Este artigo fornece uma visão abrangente das leis internacionais de denúncia de irregularidades, com foco específico naDiretiva de Denúncias da UE, e destaca as melhores práticas para as empresas.
A denúncia serve como um mecanismo importante para expor fraude, corrupção e outras práticas antiéticas dentro das organizações. Ao incentivar os funcionários a denunciar má conduta, as empresas podem resolver os problemas prontamente, evitar perdas financeiras, proteger a sua reputação e promover uma cultura de integridade. A denúncia de irregularidades também ajuda a detectar violações regulatórias e a garantir a conformidade com leis e regulamentos.
Para uma visão geral mais detalhada sobre denúncia de irregularidades, veja aqui →
Na União Europeia, foi introduzida a nova Diretiva de Denúncias da UE, obrigando cada país membro a incorporá-la nos seus quadros jurídicos nacionais. Veja abaixo o detalhamento da diretiva sobre denúncias de irregularidades da UE 👇
As leis de denúncia de irregularidades nos Estados Unidosabrangem uma série de estatutos federais, estaduais e locais concebidos para encorajar e proteger indivíduos que expõem atividades ilegais ou antiéticas dentro das organizações. As principais características destas leis incluem o tratamento confidencial de divulgações, prémios financeiros e canais de denúnciaindependentes . Algumas leis notáveis incluem:
As leis de denúncia de irregularidades na Ásiareflectem um panorama jurídico diversificado e em evolução, moldado por factores culturais, regulamentares e económicos. Aqui está uma visão geral do estado atual das leis e práticas de denúncia de irregularidades em vários países asiáticos:
No geral, a região asiática demonstra um reconhecimento crescente da importância da denúncia de irregularidades na governação e conformidade corporativa, com esforços crescentes para fornecer proteções legais e incentivos aos denunciantes. No entanto, as normas culturais e hierárquicas apresentam frequentemente desafios, e ainda existe uma variação significativa na eficácia e no âmbito das leis de denúncia em diferentes países.
A Diretiva (UE) 2019/1937 do Parlamento Europeu e do Conselho, sobre a proteção das pessoas que denunciam violações do direito da União, também conhecida como “Diretiva dos Denunciantes”, foi adotada em 23 de outubro de 2019 e entrou em vigor em 16 de dezembro de 2019.
Todas as pessoas colectivas públicas e empresas privadas com mais de 50 trabalhadores sediadas na União Europeia (e municípios com mais de 10.000 habitantes) são obrigadas a cumprir a obrigação de estabelecer um canal de denúncia interno.
Data importante: Até17 de dezembro de 2023, as pessoas jurídicas do setor privado com50 a 249 funcionáriossão obrigadas a estabelecer e ativar um canal interno de denúncias para receber denúncias
A diretiva estabelece padrões mínimos para a proteção dos denunciantes em toda a União Europeia eexige que todos os Estados-Membros da UE implementem os quadros jurídicos nacionais correspondentes👇
🇦🇹 Áustria: Implementado – O “HinweisgeberInnnenschutzgesetz” (HSchG) da Áustria foi aprovado em fevereiro de 2023, transpondo a Diretiva de Denúncia de Denúncias da UE. A lei entrou em vigor em 25 de fevereiro de 2023, permitindo um período de transição de seis meses para entidades com 250 ou mais funcionários estabelecerem sistemas internos de denúncia de irregularidades.
🇧🇪 Bélgica: Implementado – A Câmara dos Representantes da Bélgica aprovou um projeto de lei em 2023 para proteger os denunciantes, traduzindo a Diretiva de Denúncias da UE para a legislação belga. A lei está prevista para entrar em vigor em 2023.
🇧🇬 Bulgária: Implementada – A Bulgária aprovou a sua lei sobre denúncias de irregularidades em janeiro de 2023, alinhando-se com a Diretiva de Denúncias da UE. A lei, em vigor a partir de 4 de maio de 2023, inclui disposições para empregadores do setor privado com 50 a 249 empregados, aplicáveis a partir de 17 de dezembro de 2023.
🇭🇷 Croácia: Implementada – A Croácia adotou a “Lei Croata de Proteção aos Denunciantes” no final de 2022, colmatando lacunas e incorporando mecanismos alargados para cumprir a Diretiva de Denúncias da UE.
🇨🇾 Chipre: Implementado – Chipre transpôs a Diretiva de Denúncias da UE em 4 de fevereiro de 2022, introduzindo novas disposições de denúncia e medidas de proteção para denunciantes nos setores público e privado.
🇨🇿 República Tcheca: Implementada – A República Checa aprovou uma nova Lei de Denúncias em junho de 2023, transpondo a Diretiva de Denúncias da UE, em vigor a partir de 1 de agosto de 2023.
🇩🇰 Dinamarca: Implementada – A Dinamarca aprovou a Lei de Proteção ao Denunciante em junho de 2021, tornando-se o primeiro estado membro da UE a implementar a Diretiva de Denúncia da UE na legislação nacional.
🇪🇪 Estônia: Em curso – O processo de transposição da Estónia está em curso, com um projeto de lei de proteção aprovado em primeira leitura em 2022. Atrasos e críticas complicaram o processo.
🇫🇮 Finlândia: Implementada – A Finlândia transpôs a Diretiva de Denúncia da UE, com a nova legislação em vigor a partir de 1 de janeiro de 2023. Reforça a proteção dos denunciantes e exige canais de denúncia internos para entidades elegíveis.
🇫🇷 França: Implementada – A França aprovou uma lei em março de 2022, alterando a lei Sapin 2 existente para alinhá-la com a Diretiva de Denúncia da UE, abrangendo entidades com 50 ou mais funcionários.
🇩🇪 Alemanha: Implementada – A Lei de Proteção a Denunciantes da Alemanha entrou em vigor em julho de 2023, após rejeição inicial em fevereiro de 2023. A lei visa proteger os denunciantes e garantir a transparência.
🇬🇷 Grécia: Implementado – O projeto de legislação de proteção de denunciantes da Grécia, apresentado em outubro de 2022, foi aprovado em novembro de 2022 e está agora em vigor, com diferentes datas de implementação para medidas de conformidade.
🇭🇺 Hungria: Implementada – A Hungria aprovou a Lei de Proteção aos Denunciantes em maio de 2023, concluindo o processo de transposição.
🇮🇪 Irlanda: Implementado – A Irlanda transpôs a Diretiva de Denúncia da UE em julho de 2022, ampliando a proteção e introduzindo canais formais de denúncia, em vigor a partir de 1º de janeiro de 2023.
🇮🇹 Itália: Implementada – A Itália aprovou uma lei de delegação em março de 2023, completando o processo de transposição da Diretiva relativa à denúncia de irregularidades.
🇱🇻 Letônia: Implementada – A Letónia transpôs a Diretiva da UE sobre denúncia de irregularidades em janeiro de 2022, com novas medidas em vigor a partir de 4 de fevereiro de 2022.
🇱🇹 Lituânia: Implementada – A Lituânia alterou a legislação existente em fevereiro de 2022, alinhando-a com a Diretiva de Denúncia de Denúncias da UE.
🇱🇺 Luxemburgo: Implementada – A Lei de Proteção aos Denunciantes do Luxemburgo, aprovada em maio de 2023, excede os requisitos mínimos da diretiva, oferecendo ampla proteção e um ponto de apoio aos denunciantes.
🇲🇹 Malta: Implementada – Malta alterou a Lei dos Denunciantes em dezembro de 2021, reforçando a proteção dos denunciantes em conformidade com a Diretiva da UE relativa à denúncia de irregularidades.
🇳🇱 Implementação dos Países Baixos – Os Países Baixos transpuseram a diretiva em janeiro de 2023, introduzindo procedimentos atualizados de denúncia de irregularidades e a nomeação de um órgão de denúncia independente.
🇵🇱 Polônia: Em curso – A Polónia está a avaliar uma nova lei, o projeto de Lei sobre a Proteção das Pessoas que Denunciam Violações da Lei, para cumprir os requisitos da Diretiva de Denúncias da UE.
🇵🇹Portugal: Implementada – Portugal implementou a diretiva em dezembro de 2021, com novas medidas em vigor a partir de 18 de junho de 2022.
🇷🇴Romênia: Implementada – A Roménia adotou uma versão melhorada da sua lei nacional sobre denúncia de irregularidades em dezembro de 2022, alinhando-se com a Diretiva da UE sobre denúncia de irregularidades.
🇸🇰Eslováquia: Implementada – A Eslováquia aprovou a Lei sobre Denúncias em maio de 2023, melhorando as medidas existentes para alinhar com a Diretiva de Denúncias da UE.
🇸🇮Eslovênia: Implementada – A Eslovénia aprovou a Lei de Proteção de Denunciantes em janeiro de 2023, alargando a proteção para cumprir a Diretiva de Denúncias da UE.
🇪🇸Espanha: Implementada – A Espanha aprovou nova legislação de proteção de denunciantes em fevereiro de 2023, completando o processo de transposição.
🇸🇪Suécia: Implementada – A Suécia transpôs a diretiva em setembro de 2021, retificando falhas nas medidas existentes para garantir o anonimato e a confidencialidade.
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🇬🇧Reino Unido: Não será implementado – O Reino Unido, pós-Brexit,não é obrigado a transpor a Diretiva de Denúncia da UE. No entanto, as empresas do Reino Unido que operam na Europa continental acima de uma determinada dimensão estão sujeitas à directiva. O Reino Unido tem a sua própria legislação nacional de proteção de denunciantes, sob a forma do PIDA, criticada pela sua complexidade e natureza desatualizada.
🇺🇸A Comissão Federal de Comércio: Não será implementado – Os EUA adotaram aLei de Proteção ao Denunciante(WPA) em 1989. A Lei aplica-se a nível federal e não prevê o estabelecimento de canais de denúncia à semelhança da Directiva de Denúncias.
Em termos gerais, qualquer entidade jurídica privada não pertencente à UE com presença (sucursal) num Estado-Membro da UE e que empregue pelo menos 50 funcionários pode estar sujeita às normas da Diretiva e à legislação nacional relevante.
🇺🇳 AConvenção das Nações Unidas contra a Corrupção(UNCAC) incentiva os estados membros a estabelecer mecanismos para proteger os denunciantes e fornecer salvaguardas legais.
🌐 AsDiretrizesda Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) recomendam que os países membros tenham leis de proteção de denunciantes em vigor.
Os denunciantes podem denunciar uma ampla gama de questões em diversas áreas, incluindo, mas não se limitando a:
👉 Proteção da privacidade e dos dados pessoais
👉 Defesa do consumidor
👉 Violações das políticas e procedimentos da empresa
👉 Má conduta financeira
👉 Lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo
👉 Fraude
👉 Segurança de redes e sistemas de informação
👉 Assédio ou discriminação
👉 Preocupações de segurança (segurança e conformidade do produto, segurança de alimentos para consumo humano e animal, segurança do transporte)
👉 Preocupações com saúde pública ou saúde e bem-estar animal
👉 Questões ambientais
Para navegar eficazmente pelas leis de denúncia de irregularidades, as empresas devem considerar as seguintes práticas recomendadas:
Compreender os aspectos jurídicos da denúncia de irregularidades, incluindo as leis internacionais e mandatos específicos como a Directiva da UE sobre Denunciantes, é crucial para as empresas.
Ao cumprir estas leis e implementar as melhores práticas, as organizações podem promover uma cultura de transparência, proteger os denunciantes e abordar eficazmente a má conduta. Isso não apenas garante a conformidade, mas também melhora a governança corporativa, a reputação e os padrões éticos.